Não há ninguém que não saiba onde
estava e o que estaria a fazer no dia 11 de Setembro de 2001, quando um bando
de gente parva resolveu atirar uns aviões contra edifícios lá para os lados de
lá do atlântico.
Pelo menos 2 pessoas que bem
conheço, mais outra (que sou eu), por certo, também não irão esquecer o que
estariam a fazer, 10 anos depois da fatídica data, pela manhã do dia 11 de
Setembro de 2011…
Mesmo com o atraso com que esta
pequena crónica chega “às bancas”, também para mim será difícil esquecer essa
manhã cinzenta e carregada de nevoeiro. Até porque ainda me dói o corpo!
Importante mesmo, seria esquecer os convites do Joaquim Manços e do Júlio
Correia para participar em algo que tenha com tags “Terrugem”, “BTT” ou até, pasmem-se, “passeio”!!
Passeio???…’tá tudo louco…
Adiante. O nosso presidente,
sempre atento ao que por aí se passa no que toca a 2 rodas, lá descobriu que há
um grupo de gente (estranha com certeza) que organiza uns “passeios” (faço
questão de manter a palavra entre aspas) de BTT ali para os lados da Terrugem.
Claro está, que não é só para os lados da Terrugem; é também para os lados de
Mafra, da Ericeira, do Magoito, da cota Zero e da cota 300…
Descoberta feita, convites
enviados! O Quim inscreveu-se, mais tarde seguiu-se o Júlio (revelação do dia)
e…mais ninguém! O MBT estava condenado a fazer-se representar por apenas 2
índios. Eu, entretanto a banhos no “estrangeiro”, ia pensando no convite do
Quim.
E quem pensa, nem sempre alcança!
Foi o que me aconteceu. Desejoso e ansioso por “voltar à estrada” após uma
pequena “saída de estrada” ali para os lados da Covilhã, não medi
convenientemente o convite do Quim, e inscrevi-me no VII Passeio BTT –
Terrugem!
O MBT conseguia estar presente
com pelo menos 50% da sua equipa!
Encontro no local habitual (a
garagem do Quim) e logo aí poderíamos ter assistido ao primeiro “acontecimento”
do dia; tal era a ânsia do Quim participar no “passeio” que saiu da sua
garagem, ao volante do seu carro mas com a porta da mala aberta! Valeu a sempre
precisa atenção do Seabra (a mesma atenção que lhe ofereceu 15 dias de férias
numa unidade hospitalar em Coimbra)! De facto, esta garagem não é para velhos!
Chegados inteiros ao local da
partida, lá partimos numa confusa e apertada partida com mais de 600 colegas de
demência.
Mas estávamos mesmo destinados a
ter o tal “acontecimento” do dia; por volta do quilómetro 7, em Almorquim, um
colega anónimo sofreu mesmo um acidente muito grave. Fomos dos primeiros a
passar por ele e a verificar que ele estaria muito mal. Mandaram-nos seguir e
eu consegui pedalar mais uns metros. Mas foram só metros. Após ver o rapaz ali
estendido, todo ensanguentado, o meu corpo começou a tremer de tal forma que me
impedia de pedalar. Nesse mesmo momento pensei nas minhas férias na tal unidade
hospitalar e passou-me pela cabeça desistir, logo ali, do “passeio”. Mas,
lembrei-me do título do nosso blog: “equipa de altíssima competição…”!! Não
havia como não seguir! O apelo era fortíssimo!
O resto do passeio decorreu sem
quaisquer problemas deste calibre (quedas), por meio de uma paisagem de rara ou
raríssima beleza e aqui tão perto. O Vale do Lizandro fazia lembrar a selva
vietnamita e milhentas escarpas rochosas remetiam-nos para o mais duro Tibet. E
só por isso, é que nenhum de nós esquecerá o dia 11 de Setembro de 2011. O “passeio”
foi de uma dureza inqualificável. Talvez se fosse uma “Prova”, eu ainda
tentasse perceber tão desmesurada dureza. Agora um “passeio”…??!!
Apesar de inicialmente termos optado
pela modalidade dos 55km, fomos “obrigados” a desviar para a modalidade dos
35km (por não atingirmos o ponto de desvio em tempo útil).
Entretanto, o Júlio tinha
descolado. Nunca mais o vimos! Pensámos: “o gajo teve juízo, ficou para trás,
meteu-se pela estrada nacional e encurtou o percurso!”. Eu e o Quim seguimos
sempre juntos (por simpatia do Quim, pois fui atacado violentamente por cãibras
e por momentos pensei que não conseguiria seguir caminho). Mas o Quim foi solidário
e lá seguimos juntos, a muito custo pelos últimos 5 quilómetros, lamentando a
incapacidade do Júlio para nos acompanhar! Felizmente, os 35 km chegaram ao
fim. Percebemos também que na Terrugem usam-se outras unidades de medida; pois
35 km na Terrugem equivalem a 39 km nos conta-quilómetros e GPS’s de todos os
participantes.
Chegámos, eu e o Quim, bem
cansados, bem partidos e encostamo-nos à espera do Júlio que, calcularíamos,
que chegaria nos próximos 20 a 30 minutos!
Pois é meus amigos, recordam-se
no início do texto eu ter referido que o Júlio foi a revelação do dia?? Nem
mais; o grande Júlio foi o primeiro do MBT a chegar!! Nós é que nunca mais o
apanhámos depois de nos termos perdido por um trilho errado e que não nos
custou mais do que 5 minutos…
É por isso que nunca mais vou
esquecer a manhã do dia 11 de Setembro de 2011. Até para não cair na asneira de
repetir o “passeio” para o ano!
PS: Quim, se tiveres mais imagens, carrega!!
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