sábado, 24 de setembro de 2011

O dia que ninguém esquece...



Não há ninguém que não saiba onde estava e o que estaria a fazer no dia 11 de Setembro de 2001, quando um bando de gente parva resolveu atirar uns aviões contra edifícios lá para os lados de lá do atlântico.
Pelo menos 2 pessoas que bem conheço, mais outra (que sou eu), por certo, também não irão esquecer o que estariam a fazer, 10 anos depois da fatídica data, pela manhã do dia 11 de Setembro de 2011…
Mesmo com o atraso com que esta pequena crónica chega “às bancas”, também para mim será difícil esquecer essa manhã cinzenta e carregada de nevoeiro. Até porque ainda me dói o corpo! Importante mesmo, seria esquecer os convites do Joaquim Manços e do Júlio Correia para participar em algo que tenha com tags “Terrugem”, “BTT” ou até, pasmem-se, “passeio”!!
Passeio???…’tá tudo louco…
Adiante. O nosso presidente, sempre atento ao que por aí se passa no que toca a 2 rodas, lá descobriu que há um grupo de gente (estranha com certeza) que organiza uns “passeios” (faço questão de manter a palavra entre aspas) de BTT ali para os lados da Terrugem. Claro está, que não é só para os lados da Terrugem; é também para os lados de Mafra, da Ericeira, do Magoito, da cota Zero e da cota 300…
Descoberta feita, convites enviados! O Quim inscreveu-se, mais tarde seguiu-se o Júlio (revelação do dia) e…mais ninguém! O MBT estava condenado a fazer-se representar por apenas 2 índios. Eu, entretanto a banhos no “estrangeiro”, ia pensando no convite do Quim.
E quem pensa, nem sempre alcança! Foi o que me aconteceu. Desejoso e ansioso por “voltar à estrada” após uma pequena “saída de estrada” ali para os lados da Covilhã, não medi convenientemente o convite do Quim, e inscrevi-me no VII Passeio BTT – Terrugem!
O MBT conseguia estar presente com pelo menos 50% da sua equipa!
Encontro no local habitual (a garagem do Quim) e logo aí poderíamos ter assistido ao primeiro “acontecimento” do dia; tal era a ânsia do Quim participar no “passeio” que saiu da sua garagem, ao volante do seu carro mas com a porta da mala aberta! Valeu a sempre precisa atenção do Seabra (a mesma atenção que lhe ofereceu 15 dias de férias numa unidade hospitalar em Coimbra)! De facto, esta garagem não é para velhos!
Chegados inteiros ao local da partida, lá partimos numa confusa e apertada partida com mais de 600 colegas de demência.
Mas estávamos mesmo destinados a ter o tal “acontecimento” do dia; por volta do quilómetro 7, em Almorquim, um colega anónimo sofreu mesmo um acidente muito grave. Fomos dos primeiros a passar por ele e a verificar que ele estaria muito mal. Mandaram-nos seguir e eu consegui pedalar mais uns metros. Mas foram só metros. Após ver o rapaz ali estendido, todo ensanguentado, o meu corpo começou a tremer de tal forma que me impedia de pedalar. Nesse mesmo momento pensei nas minhas férias na tal unidade hospitalar e passou-me pela cabeça desistir, logo ali, do “passeio”. Mas, lembrei-me do título do nosso blog: “equipa de altíssima competição…”!! Não havia como não seguir! O apelo era fortíssimo!


O resto do passeio decorreu sem quaisquer problemas deste calibre (quedas), por meio de uma paisagem de rara ou raríssima beleza e aqui tão perto. O Vale do Lizandro fazia lembrar a selva vietnamita e milhentas escarpas rochosas remetiam-nos para o mais duro Tibet. E só por isso, é que nenhum de nós esquecerá o dia 11 de Setembro de 2011. O “passeio” foi de uma dureza inqualificável. Talvez se fosse uma “Prova”, eu ainda tentasse perceber tão desmesurada dureza. Agora um “passeio”…??!!
Apesar de inicialmente termos optado pela modalidade dos 55km, fomos “obrigados” a desviar para a modalidade dos 35km (por não atingirmos o ponto de desvio em tempo útil).


Entretanto, o Júlio tinha descolado. Nunca mais o vimos! Pensámos: “o gajo teve juízo, ficou para trás, meteu-se pela estrada nacional e encurtou o percurso!”. Eu e o Quim seguimos sempre juntos (por simpatia do Quim, pois fui atacado violentamente por cãibras e por momentos pensei que não conseguiria seguir caminho). Mas o Quim foi solidário e lá seguimos juntos, a muito custo pelos últimos 5 quilómetros, lamentando a incapacidade do Júlio para nos acompanhar! Felizmente, os 35 km chegaram ao fim. Percebemos também que na Terrugem usam-se outras unidades de medida; pois 35 km na Terrugem equivalem a 39 km nos conta-quilómetros e GPS’s de todos os participantes.
Chegámos, eu e o Quim, bem cansados, bem partidos e encostamo-nos à espera do Júlio que, calcularíamos, que chegaria nos próximos 20 a 30 minutos!
Pois é meus amigos, recordam-se no início do texto eu ter referido que o Júlio foi a revelação do dia?? Nem mais; o grande Júlio foi o primeiro do MBT a chegar!! Nós é que nunca mais o apanhámos depois de nos termos perdido por um trilho errado e que não nos custou mais do que 5 minutos…
É por isso que nunca mais vou esquecer a manhã do dia 11 de Setembro de 2011. Até para não cair na asneira de repetir o “passeio” para o ano!



PS: Quim, se tiveres mais imagens, carrega!!

Após pesquisa na blogosfera, aqui vai o carregamento solicitado...











3 comentários:

  1. Muito, muito bom!

    É bom estares de volta, não só ao pedal mas também à caneta (leia-se teclado).

    E não te esqueças, para estadias nas "Berças" existem unidades hoteleiras muito mais interessantes que as Universitárias.

    Amanhã 9:00h para mais um "passeio".
    Inté.

    Colocarei mais algumas fotos que descobri na blogosfera, amanhã que hoje tal como um verdadeiro atleta vou repousar....

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  2. Atenção aos assinantes, foram efectuadas actualizações nesta "reportagem".

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  3. Brutal!!!
    O Quim domina o Photoshop!!!

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