Este teria sido o acontecimento do dia se...
Por volta das 8:30h chegavam um a um os grandes atletas do Mine Bike Team dispostos a desafiar as intempéries matinais do passado domingo.
Com a ausência forçada de um dos "criadores" do percurso proposto e a fuga de outro para a lezíria, restaram quatro valentes. João Seabra que participou com fumos negros em protesto com a hora, segundo ele, madrugadora. Júlio Correia, na segunda vez que utilizava a sua montada no presente ano. Miguel Barata na sua já habitual e bem vinda presença nos nossos tours. E eu, Joaquim Manços, que na ausência do co-autor do trajecto João Santos, iria tentar levar a equipa a bom porto.
Ahhhhhhhh......... o 5º elemento, Fernando Palma que se juntaria a nós em Paço d'Arcos... em Caxias... no Estádio do Jamor... !!!!
Seguindo....
Depois do café matinal no Martinez, ala que se faz tarde. Junto ao Tejo até Caxias, a partir de onde nos afastámos de terrenos alagadiços e começámos a subir à parva acompanhados pelos protestos de alguns.
Ao atingir o primeiro prémio de montanha (passagem sobre a A5 junto à estação de serviço), foi chegada a hora de sair novamente do asfalto. Desta feita não havia estradão em terra batida como o que nos guiou de Algés à Cruz Quebrada. Aliás não havia sequer caminho. A passagem foi aberta por entre uma floresta de silvas que deixaram marcas nas pernas dos participantes.
(é favor rodar o monitor 90º à esquerda)
No final deste "caminho" veio a salvação com a proximidade dos terrenos pertença de Duarte Lima, mais propriamente da estrada que os contorna.
A partir desse momento começámos a receber mensagens do Palma a perguntar por onde andávamos para ir ter connosco, mais tarde a dizer que estava a chover muito. Nesse momento passávamos pelos equídeos e equídeas de Leceia, a caminho da Fábrica da Pólvora.
A birra do dia vai para o Júlio que ao perceber que nos propúnhamos fazer uma pequena subida de uns 300 metros com 20% de inclinação desatou aos uivos a insultar os restantes elementos. Foi necessária uma tomar uma posição de força, amarrá-lo a uma árvore e obriga-lo a beber água com açúcar. Quando o notámos mais calmo, soltá-mo-lo e ele seguiu-nos até São Marcos. Bela localidade que nos receberia com a enxurrada do século.
Diluvio abaixo, lá seguimos até à lama prometida, num cenário onde circulávamos sobre um coberto de malmequeres, fazendo lembrar um qualquer anuncio de pensos higiénicos, "Sinta a frescura dos campos floridos".
Para acabar de vez com a "frescura", toca a molhar as patas e atravessar o rio com água pelos tornozelos.
Após incursão pela Tabaqueira, onde tivemos visita guiada do Júlio (agora muito mais calmo) decidimos que eram horas de inverter a marcha e começar o regresso. O Vale da Ribeira de Caparide ficará para outra oportunidade.
Próxima paragem, Estádio do C.F.Tires para retemperar forças. Ligámos ao Fernando para informar que estaríamos no Jamor dentro de meia-hora.
Em Oeiras apanhámos a ciclovia proibida a bicicletas e seguimos até à Cruz Quebrada. Não sem que antes, um Parvalhão de Merda que fazia jogging no percurso paralelo à linha de comboio, ao aperceber-se que eu me aproximava abriu deliberadamente os braços na tentativa de me acertar, enquanto grunhia algo que com o susto não consegui perceber. Enervei-me de tal forma que foi necessário os meus companheiros tomarem uma medida de força e amarrarem-me a uma catenária e obrigarem-me a beber água com açúcar. Quando me notaram mais calmo soltaram-me.
Depois chegou o Júlio.
Faltava-nos apenas um e o principal objectivo. Juntar-mo-nos ao Fernando e rumar-mos à Praça da Maratona para celebrar a Festa da Taça.
O ambiente em redor do Estádio era animado e "limpo".
Após algumas horas de espera o João decidiu ligar ao Fernando. Atendeu a Teresa que nos informou que o Fernando estava demasiado nervoso com a ideia de sair de casa de bicicleta, teve de o amarrar à sanita e obriga-lo a beber água com açúcar. Ainda aguardava que ele se acalmasse.
Abandonámos o Estádio até Algés onde cada um rumou a sua casa com 50Kms nas pernas e cerca de 900 metros de subida acumulada.
Notas finais:
Se os jogadores do Sporting se tivessem esforçado metade do que os quatro heróis do Mine Bike Team fizeram nessa manhã, a Taça de Portugal estava no museu de Alvalade e tinha-se evitado amarrar o Sá Pinto ao cacifo do balneário e chamar o Liedson e o Artur Jorge para o obrigar a beber água com açúcar.