sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Letra do Hino

Vais partir
by Clemente


Vais partir naquela estrada
Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada
Essa flor que era amor a florir

Lembras a manhã quando paraste no jardim
Era o Verão a nascer para mim
Lembro o teu sorrir e os teus cabelos a voar
Era o Outono do sonho a chegar

Era a Primavera em cada gesto do olhar
Nos teus olhos, a cor do luar
Nuvens de alegria e mil ventos a cantar
Era a força de querermos amar

Vais partir naquela estrada
Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada
Essa flor que era amor a florir

Lembras a montanha que subimos a correr
Quando a noite já vinha a descer
Lembras a cabana e a velha rocha junto ao mar
Quando as ondas nos vinham beijar

Era um velho barco já sem remos para nadar
Nossa cama salgada de amar
Tinhas no teu peito o bater de uma canção
Linda, feita na palma da mão

Vais partir naquela estrada
Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada
Essa flor que era amor a florir

Foste uma viagem sem fronteira e sem país
A princesa do quadro que eu fiz
Foste o meu castelo, o meu palácio de brincar
Fantasia de tanto te amar

Mas é sempre assim, o meu final de cada Verão
Pois termina com uma canção
Tempo que passou não volta mais a recordar
E no carro te vejo a acenar

Vais partir
Vais partir
Vais partir
Vais partir naquela estrada
Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada
Vais partir
Vais partir
Vais partir

Um pouco de história



Março de 1994

Para os que pensam que este bicho nos mordeu à pouco tempo, aqui vai com perfume de mofo e naftalina uma etapa que ficou histórica, já lá vão 15 anos.

Trabalhávamos então, eu e o João, no Regino Cruz, quando em conversa, provávelmente entre "mines", decidimos numa hora de almoço deslocarmo-nos ao Continente do Fogueteiro para aproveitar uma promoção e comprar para cada um, uma linda Shimano preta por 14 contos.
Depressa o pensámos e rápidamente o executámos. E lá voltámos nós para Miraflores, colados ao tablier do meu Twingo amarelo, com as duas belas atrás.



Começava então a grande febre velocipédica.

Num dia solarengo de Março de 1994, eu o João Seabra e o Professor, decidimos partir à aventura numa tirada heroica.
Nada mais simples que ir à Arrabida e voltar com partida de casa dos meus pais, na altura em Miratejo - Almada.
Obviamente não tinhamos a certeza de quantos quilómetros seriam, nem do total de subida acumulada, como outros pormenores. Era navegação à vista, o Google Earth e os sistemas de GPS seriam inventados dez anos mais tarde.
Lá saimos nós estrada fora direitos à N10 com destino a Azeitão.



A paisagem na serra é deslumbrante, em direcção ao Portinho da Arrábida fizémos a estrada que foi utilizada na rodagem da cena final do "007 - Ao Serviço de Sua Majestade", sem Aston Martin e sem Bond Girl, portando em condições muito mais desfavoráveis, apesar de ninguém ter morrido.



Chegados ao Portinho, um mergulho no mar azul turquesa que banha essa costa, para refrescar.
Seguiu-se uma caldeirada num daqueles restaurantes que ainda por lá existem debruçados sobre o oceano.



Tratado o corpo e a alma, seguimos em direcção ao topo da Serra por aquela estrada que passa pelas antenas de telecomunicações! Já nessa altura o juizo não era muito.
Depois de termos escalado a Arrábida, chegou a grande descida para o Convento, onde tive o previlégio de fazer uma ultrapassagem a um automóvel, cujo condutor me abordou na paragem junto ao miradouro, dizendo que o tinha ultrapassado e ele ia a mais de 60Kms/h. Há coisas que não mudam!



O regresso fez-se sem sobressaltos, lembro-me de antes do Seixal estar com uma sede dos diabos, fazia muito calor nesse dia e na altura não haviam Camelbak's nem barras energéticas, apenas um depósito de 500ml verde, que ainda hoje existe e se encontra na posse do Julio. Sorte a nossa já existiam Mines!
À chagada ao ponto de partida, lembro-me perfeitamente, que nos nossos computadores de bicicleta da Cateye, uma inovação para a época e que foram mais caros que as próprias bicicletas, marcavam 99Kms. O João propôs que déssemos mais uma volta para fazer os 100Kms, ao que eu lhe respondi algo do género "Vai tu!"
Foi com grande espanto que revi as fotos que o João encontrou no fundo do baú e que aqui se reproduzem. Fisicamente são notórias as diferenças, mas no espírito e... talvez na inconsciência as coisas não mudaram muito, apesar de agora usarmos sempre capacete, sermos federados e termos seguro! E já agora mais 15 anos e alguns quilos.

Como se verifica o Mine Bike Team teve origem à cerca de 15 anos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Raid Algés – Sobreira 18/10/09



8H00m – Chego ao ponto de encontro; o restaurante mexicano junto da praia de Algés, onde já estava reunida a restante comitiva. O J. Seabra, lá puxou do espumante para o brinde (já instituído) para quando se apresentam máquinas novas – no caso uma Rockrider 8.2, que muita tinta já fez correr durante a semana transacta. Após o brinde, e acossados por uma brisa muito fresquinha, demos inicio ao nosso raid, rumo ao parque das nações.



O percurso de nível, e o ar fresco da manhã convidou a um bom ritmo de pedalada, para o que contribuiu também o reduzido número de pessoas que estavam a usufruir dos espaços de lazer da beira-rio. Primeira paragem foi em Santa-Apolónia, não para ver passar os comboios, mas para tomar o revigorante cafezinho matinal.

9h30m – Segunda paragem junto do pilar da ponte Vasco da Gama para ingestão de suplementos energéticos e satisfação de necessidades fisiológicas, O J. Manços que aqui chegou branco como a cal da parede, teve que improvisar e transformar um canavial junto ao rio em WC, que segundo ele tinha uma vista magnífica?! Há! Já me esquecia, a média de andamento até este ponto foi de 21Km/h. Catita não!



9h45m – Partida para a segunda etapa, que nos levaria até ao “Humberto” no Tojal, uma tasca de beira de estrada com aspecto mais que duvidoso, mas onde se comem umas bifanas divinais. O Manços ficou “bravo”, quando percebeu que se expos em público (entre o canavial), quando tinha a 50m de distancia um WC público, logo no arranque da etapa. Esta já foi mais diversificada, existindo um troço em terra batida ao longo do rio Trancão que fez as delícias dos convivas, e onde por incrível que pareça se aumentou o ritmo para uns 21,4Km/h. Aqui os “montados” em Rockriders, aproveitaram a confusão gerada por algum tráfego em sentido contrário em zona estreita do trilho para fugirem aos restantes elementos specialized, e aguardarem no final do trilho para tentarem criar um clima de competição entre ambas as marcas, já exaltado durante a semana anterior.
Depois foi mais um picanço numa estrada pavimentada, sem tráfego, onde se atingiu os 45km/h com o Seabra a sair na frente, mostrando mais uma vez as capacidades da sua Rockraider 8.2 com menos peso que as restantes máquinas.
Lá chegámos ao tão afamado Humberto, onde um indígena de idade indefinida, conservado em vapores etílicos, e com aspecto de que água nem para o banho mas usando as calças no fundo do cu como é agora moda entre os teenagers, montava guarda à garbosa esplanada com mesas metálicas de ferro enferrujado cobertas por toalhas de oleado aos quadrados, em tom pardacento, sobre um telheiro de chapa ondulada pré-histórica.
Nada disto desanimou as hostes, que num piscar de olhos aviou uma magnifica e bem condimentada bifana, acompanhada pela bebida energética de eleição do team: a bela da MINE pois então!



10h30m – Partida para a “piéce de resistence” do percurso, que nos levaria até ao Cabeço de Montarchique. Aqui foi pedalar contra o declive que teimava em não diminuir de inclinação. Para variar o Seabra lá ia na cabeça da corrida a lutar contra si próprio, até que nos reunimos num ponto elevado do terreno para atacarmos em conjunto uma vertiginosa descida (bastante extensa por sinal), onde alarvemente se atingiu a velocidade de 69Km/h, facto registado no velocímetro do Seabra, muito embora eu ache que fui além desta marca, pois saí em último lugar e cheguei em 3º colado ao Manços. Obviamente o Seabra contesta e diz que não posso provar! Bem tenho que comprar um velocímetro – sem fios obviamente – para mostrar ao Seabra que não ando a brincar, e também que os velocímetros com fios são para os passeios de família, não para os Tours alarves que fazemos.



Depois foi uma subida dura, muito dura até Ribas de Baixo, mas feita por todos, seguindo-se o Tourmalet bebé do parque de Montachique, e um momento de repouso junto ao inicio da subida para o Cabeço propriamente dito.
Aqui foi o inferno, tendo o Seabra quebrado (o que o deixou ferido no orgulho) a escassos 10m do final da rampa (deve ter + de 15%), eu uns 20m baixo, e os outros elementos no inicio da rampa…Depois foi tempo das fotos de “família” junto do marco geodésico do topo do cabeço e admirar a paisagem que é fantástica.



Retomou-se a jornada por um trilho de terra batida, que se revelou demasiado técnico no inicio pois as pedras soltas eram de dimensões muito razoáveis, o que obrigou a por o pé no chão, para evitar que outras partes o fizessem também.
Depois foi rolar em direcção ao final da etapa, dando ainda direito a uma descida vertiginosa, mas mais contida, pela geometria da via, mas também por esta ter bastante movimento. O final da etapa aqueceu quando o Júlio resolveu bater o Quim ao sprint para não permitir que as Rockrider fizessem a dobradinha, fase eu que eu já só pensava no «franguinho com cerveja» que me esperava depois da última curva, que por sinal ia falhando, o que daria um acrobático tralho para a horta do vizinho, evitado por uma eficiente resposta dos meus V brakes…

Do Almoço, que se prolongou até ao lanche ajantarado que se seguiu, é assunto que não vou referir, pois a crónica semanal é sobre bikes e sus pilotos. Não posso no entanto deixar de referir que não houve furos ( o que não permitiu que o Seabra batesse o já seu recorde de 3 furos consecutivos), e provavelmente isso deve-se ao facto de termos levado 6 câmaras de ar suplentes! Dá que pensar…



Texto e fotos de João Santos

Hino Oficial do Mine Bike Team



Penso que esta composição exprime todo o espirito necessário para que seja o Hino Ofícial do Mine Bike Team.
Eleito por unanimidade, ei-lo.

2009-10-25 - Um passeio normal!

Meus caros minestas,

Enquanto se aguardam impacientemente novidades sobre a derradeira versão do logótipo da nossa digna equipa, como sabem, operou-se no ultimo domingo o resgate das máquinas que serenamente repousaram no “celeiro” do sénior Joaquim Manços.

A operação teve início junto da domicílio oficial do minesta João Seabra, onde se agregaram também o melhor placador de sempre do Agronomia, João Santos, o José Julio e eu mesmo.
Transportados pela Laguna do Santos lá seguimos para Telheiras onde achámos o faltoso da etapa precedente, Luis Barata e o seu engenho acabado de sair da oficina, onde pelo menos a cintilação da pintura era bem perceptível.
Chegados à Sobreira, deu-se o resgate seguido do cafezinho e bolo.
Toca a rolar que se faz tarde.
O João Santos desta feita não nos acompanhou, afazeres familiares assim o obrigavam.
O percurso foi praticamente o inverso ao do fim de semana anterior, ou seja, da Sobreira pelo Tourmalet Saloio até aos 470m do Cabeço de Montachique. O Luis estava com o fogo nas nádegas, e só mesmo um grupo de motards o pararam na grande subida final a 20% de inclinação. Seguiram-se por ordem o Seabra, eu e o Julio.
De salientar a satisfação do Seabra pela sua nova Rockrider 8.2, que foi trocada pela Volvo 245. O entusiasmo leva-me a temer a venda da 960 para comprar a 8XC.
A descida foi alucinante com velocidades a rondar os 65Kms/h. Com a paragem no cruzamento é-nos revelado um cheiro a queimado vindo do velocípede do Julio, que chegámos a temer ser um problema eléctrico. Felizmente eram só as pastilhas de travões a acusar o esforço, a partir desse ponto a Specialized passou a dispor de buzina na roda trazeira.
Daí até Ribas-de-Baixo a média não andou longe dos 50Kms/h, só se parou para a barra Ovomaltine e a mija da praxe, enquanto o Luis, qual abelha, zumbia para cima e para baixo na ladeira que se seguia.
A subida longa, onde no sentido inverso se tinham batido máximos no último giro, foi feito com calma, mas menos dura que se julgava.
A partir dessa última grande ascensão, veio a loucura. Meia dúzia de quilómetros sempre a descer em grande ritmo, com alguns automóveis a atrapalhar. O ponto alto, digo eu, foi a minha ultrapassagem ao Júlio.
Eu a 61,3Kms/h e o Júlio a 61,2Kms/h!

Momento alto do dia:
Paragem para Mine e bifana no Humberto.
Ao invés da passada paragem, o Grande Humberto estava imparável!

Vestiu a pele de médico, farmacêutico, desportista, curandeiro, juiz, réu, e por fim …. taberneiro amigo, daqueles que se sentam à mesa connosco.
Grande emoção quando envergava a pele de desportista e foi buscar uma bicicleta “rosa choc” com, segundo ele, cinquenta anos, que entrou em cena apenas na roda traseira. Quadro em alumínio, espantem-se, com ferrugem!
Proponho que o patrocínio exclusivo do Mine Bike Team, seja Humberto Tasca.

De seguida e com o estômago aconchegado e com o perfume do Trancão, o terreno sempre ao mesmo nível e velocidades entre os 27 e os 24 Kms/h, consoante o participante.
De salientar a falta de Fair-Play do João Seabra, que viu o Julio em graves apuros e não parou… para lhe facultar um lencinho que serviria para limpar o selim da Specialized que se tinha salpicado de lama!

Quando eu e o Julio, que seguimos sempre juntos, chegámos ao terreiro junto da Salvador Caetano em Sacavém, já o João se encontrava na companhia do Luis, junto de um camião Benz abandonado, talvez a sacar peças.

A partir daqui, começa o percurso citadino, com muito menos interesse, tirando os bivalves que pululam junto ás margens do Tejo.

Na Expo, o Luis fez as despedidas e apanhou o Metro para Telheiras.
O restante trio seguiu junto, pelo menos eu e o Julio, até Belém, onde Julio e João foram para a Ajuda e eu para Linda-a-Velha.

Enfim…

Um passeio normal!