sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Um pouco de história



Março de 1994

Para os que pensam que este bicho nos mordeu à pouco tempo, aqui vai com perfume de mofo e naftalina uma etapa que ficou histórica, já lá vão 15 anos.

Trabalhávamos então, eu e o João, no Regino Cruz, quando em conversa, provávelmente entre "mines", decidimos numa hora de almoço deslocarmo-nos ao Continente do Fogueteiro para aproveitar uma promoção e comprar para cada um, uma linda Shimano preta por 14 contos.
Depressa o pensámos e rápidamente o executámos. E lá voltámos nós para Miraflores, colados ao tablier do meu Twingo amarelo, com as duas belas atrás.



Começava então a grande febre velocipédica.

Num dia solarengo de Março de 1994, eu o João Seabra e o Professor, decidimos partir à aventura numa tirada heroica.
Nada mais simples que ir à Arrabida e voltar com partida de casa dos meus pais, na altura em Miratejo - Almada.
Obviamente não tinhamos a certeza de quantos quilómetros seriam, nem do total de subida acumulada, como outros pormenores. Era navegação à vista, o Google Earth e os sistemas de GPS seriam inventados dez anos mais tarde.
Lá saimos nós estrada fora direitos à N10 com destino a Azeitão.



A paisagem na serra é deslumbrante, em direcção ao Portinho da Arrábida fizémos a estrada que foi utilizada na rodagem da cena final do "007 - Ao Serviço de Sua Majestade", sem Aston Martin e sem Bond Girl, portando em condições muito mais desfavoráveis, apesar de ninguém ter morrido.



Chegados ao Portinho, um mergulho no mar azul turquesa que banha essa costa, para refrescar.
Seguiu-se uma caldeirada num daqueles restaurantes que ainda por lá existem debruçados sobre o oceano.



Tratado o corpo e a alma, seguimos em direcção ao topo da Serra por aquela estrada que passa pelas antenas de telecomunicações! Já nessa altura o juizo não era muito.
Depois de termos escalado a Arrábida, chegou a grande descida para o Convento, onde tive o previlégio de fazer uma ultrapassagem a um automóvel, cujo condutor me abordou na paragem junto ao miradouro, dizendo que o tinha ultrapassado e ele ia a mais de 60Kms/h. Há coisas que não mudam!



O regresso fez-se sem sobressaltos, lembro-me de antes do Seixal estar com uma sede dos diabos, fazia muito calor nesse dia e na altura não haviam Camelbak's nem barras energéticas, apenas um depósito de 500ml verde, que ainda hoje existe e se encontra na posse do Julio. Sorte a nossa já existiam Mines!
À chagada ao ponto de partida, lembro-me perfeitamente, que nos nossos computadores de bicicleta da Cateye, uma inovação para a época e que foram mais caros que as próprias bicicletas, marcavam 99Kms. O João propôs que déssemos mais uma volta para fazer os 100Kms, ao que eu lhe respondi algo do género "Vai tu!"
Foi com grande espanto que revi as fotos que o João encontrou no fundo do baú e que aqui se reproduzem. Fisicamente são notórias as diferenças, mas no espírito e... talvez na inconsciência as coisas não mudaram muito, apesar de agora usarmos sempre capacete, sermos federados e termos seguro! E já agora mais 15 anos e alguns quilos.

Como se verifica o Mine Bike Team teve origem à cerca de 15 anos.

3 comentários:

  1. Isto é sem dúvida uma notável peça de arqueologia bttista, mas tenho de fazer o reparo: Quim, há aqui material de cariz altamente pornográfico que careceria de uma bolinha vermelha no canto!

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  2. Sem dúvida, devia ter bolinha, e um aviso do tipo não tentem repetir isto.
    Andar nessa velocidade sem capacete e t-shirt é completamente irresponsável.

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  3. Grandes fotos! Tenho a vaga ideia de que terão sido feitas com uma Praktica. Belo passeio que foi. :-)

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