terça-feira, 26 de janeiro de 2010
NAO!... Ou a vã glória de pedalar!
Foi com tão parca escrita (nao – sem til para ser mais rápido) que o camarada Júlio informou via SMS a não comparência ao aprumo dominical do Mine Bike Team. Já o camarada Luís debilitado pela sua árdua batalha com as aves tropicais, e os seus famosos bicos – de papagaio entenda-se – não estava ainda apto para encarar as vigorosas pedaladas das manhãs de domingo. Mas nem tudo são agruras, e o grupo reuniu um honroso quórum de 66,666%, onde finalmente pontuou o núcleo de Linda-a-Velha em peso! Para mim e para o Manços, a tirada começou no Quente & Bom para a injecção matinal de cafeína, com descida a Algés via estádio nacional; Cruz Quebrada, onde verificámos a reformulação radical que o mar fez no trilho de ligação á já reverenciada praia de Algés, esse paradigma do turismo muito local… das gaivotas! Estávamos nós a terminar a magnifica avenida que acompanha a marginal, mas que ao contrário desta não leva a lado nenhum, quando avistámos o Seabra chegado da Ajuda e eventualmente com a tentativa de bater um qualquer recorde de velocidade já no papo e; surpresa das surpresas; qual Dom Sebastião saído do nevoeiro, com o seu impermeável AMARELO, o Palma; cromo difícil desta trupe (se caderneta existisse), que sente alguma dificuldade em abandonar o aconchego do vale dos lençóis nas manhãs de domingo e montar o seu corcel Rockrider… A viagem combinada na hora: ida a Cascais, aproveitar o mais possível o passeio marítimo de Oeiras, feito a preceito, mas vedado aos ciclistas a maior parte do tempo, porque ciclismo tem que ser à séria na óptica da edilidade, e como tal no alcatrão, mesmo que tal acto seja quase suicídio, por força da gentalha auto-motorizada que pulula a marginal, sem respeito pelos veículos 100% ecológicos movidos a pedal. Tudo sem história até Carcavelos, onde rompemos literalmente pelo meio de hordas de surfistas muito mal-humorados, não sei se por estarmos a invadir-lhes o “paredão” com as binas, se por o mar não estar à sua medida?! Depois, e já fora do paredão, o 1º caso do dia; a minha bina “fura” mesmo em frente ao hospital ortopédico da Parede. Fosse osso e não borracha teria ficado internada, no entanto lá tive de substituir o pneumático, com velocidade pró, mas com o cenário tipicamente português de estar um caramelo a trabalhar, enquanto outros três o rodeavam em amena cavaqueira, mandando alguns “bitates” sobre a operação, à laia de repartição pública em hora de expediente. Prova dessa situação é o “mui” profícuo vídeo que se anexa, ilustrativo do ambiente de escárnio e mal dizer que tais reuniões “cíclicas” promovem. Não escapa ninguém! !
Depois foi a revelação choque, de que o Palma tinha que regressar à base antes do Meio-dia, se não a Bina transformava-se em abóbora, e lá fomos a correr encontrar o boteco adequado para honrarmos o patrocínio (que ao contrário dos convencionais só dá despesa e não dividendos).Reposto o nível de álcool no sangue; perdão, de glicemia que a doirada bebida isotónica proporciona; lá nos separámos, o Palma em direcção a Linda-a-Velha, e nós rumo a Cascais, onde entrámos junto ao cubo de Rubik repensado pelo Souto Moura, mas não totalmente resolvido, pois algumas faces continuam incompletas e “penduradas”! Depois foi a paragem na praia dos pescadores, a subida até ao hipódromo, e o regresso à marginal com passagem pelo local de trabalho do nosso Presidente, onde inexplicavelmente foram batidos recordes de velocidade!! Vá-se lá saber porquê?Depois o 2º caso do dia – Um brasuca auto-motorizado atirou-se para cima do Seabra, que aproveitando o semáforo vermelho foi lá pedir-lhe explicações. O indígena aí desfez-se em desculpas, mas mais uma vez o caso esteve feio. Pena eu ter ficado para trás e só ter sabido por terceiros.Enfim regresso ventoso! Alguém tinha dito que o vento que nos assolou no sentido de Cascais, nos ajudaria em sentido contrário. Pois bem tal pessoa não serve para a meteorologia, porque o vento soprou sempre contra e com mais força.Paragem na marina de Oeiras para reabastecimento, onde houve lugar a reencontros, e regresso sem percalços à Cruz Quebrada, onde o grupo também quebrou: o Seabra rumo à Ajuda e Eu mais o Manços a trepar encosta a cima para Linda-a-Velha.Contas feitas foram certa de 50Km (47,47Km no meu caso), com uma média a rondar os 20Km/h. Não foi mau, mas podemos fazer melhor…ou não
Depois foi a revelação choque, de que o Palma tinha que regressar à base antes do Meio-dia, se não a Bina transformava-se em abóbora, e lá fomos a correr encontrar o boteco adequado para honrarmos o patrocínio (que ao contrário dos convencionais só dá despesa e não dividendos).Reposto o nível de álcool no sangue; perdão, de glicemia que a doirada bebida isotónica proporciona; lá nos separámos, o Palma em direcção a Linda-a-Velha, e nós rumo a Cascais, onde entrámos junto ao cubo de Rubik repensado pelo Souto Moura, mas não totalmente resolvido, pois algumas faces continuam incompletas e “penduradas”! Depois foi a paragem na praia dos pescadores, a subida até ao hipódromo, e o regresso à marginal com passagem pelo local de trabalho do nosso Presidente, onde inexplicavelmente foram batidos recordes de velocidade!! Vá-se lá saber porquê?Depois o 2º caso do dia – Um brasuca auto-motorizado atirou-se para cima do Seabra, que aproveitando o semáforo vermelho foi lá pedir-lhe explicações. O indígena aí desfez-se em desculpas, mas mais uma vez o caso esteve feio. Pena eu ter ficado para trás e só ter sabido por terceiros.Enfim regresso ventoso! Alguém tinha dito que o vento que nos assolou no sentido de Cascais, nos ajudaria em sentido contrário. Pois bem tal pessoa não serve para a meteorologia, porque o vento soprou sempre contra e com mais força.Paragem na marina de Oeiras para reabastecimento, onde houve lugar a reencontros, e regresso sem percalços à Cruz Quebrada, onde o grupo também quebrou: o Seabra rumo à Ajuda e Eu mais o Manços a trepar encosta a cima para Linda-a-Velha.Contas feitas foram certa de 50Km (47,47Km no meu caso), com uma média a rondar os 20Km/h. Não foi mau, mas podemos fazer melhor…ou não
[o entulho da semana] há que transportar entulho...
Meus caros semineristas,
Como é do conhecimento público, o nosso companheiro de lides brutas, mais conhecido por Luís Barata, mudou de cidade. Deixou a capital para se instalar no mais literato concelho português. O MBT quer associar-se a esta iniciativa e, para tal, irá promover algumas iniciativas de solidariedade para com o Barata já no próximo dia 31 do corrente. Para já, o programa proposto será o seguinte:
sexta-feira, 29, 19h20 - a trupe do MBT vai chegar à conclusão de que não haverá passeio de bina no domingo 31.
sábado, 30, 21h10 - o Júlio vai informar o Armindo que necessita da VW Transporter para a manhã seguinte, em Telheiras.
domingo, 31, 9h30 - de facto, não vai haver passeio de bina, pois vamos estar todos em Telheiras para "acartar" electrodomésticos pesados e, desta forma, ajudar o nosso camarada em mais uma etape da sua vida.
domingo, 31, 13h30 - .....parece que há almoço pelas redondezas com posterior projecção de diapositivos alusivos à estada do Barata pelas índias.....ya veremos lo que dice...
Como é do conhecimento público, o nosso companheiro de lides brutas, mais conhecido por Luís Barata, mudou de cidade. Deixou a capital para se instalar no mais literato concelho português. O MBT quer associar-se a esta iniciativa e, para tal, irá promover algumas iniciativas de solidariedade para com o Barata já no próximo dia 31 do corrente. Para já, o programa proposto será o seguinte:
sexta-feira, 29, 19h20 - a trupe do MBT vai chegar à conclusão de que não haverá passeio de bina no domingo 31.
sábado, 30, 21h10 - o Júlio vai informar o Armindo que necessita da VW Transporter para a manhã seguinte, em Telheiras.
domingo, 31, 9h30 - de facto, não vai haver passeio de bina, pois vamos estar todos em Telheiras para "acartar" electrodomésticos pesados e, desta forma, ajudar o nosso camarada em mais uma etape da sua vida.
domingo, 31, 13h30 - .....parece que há almoço pelas redondezas com posterior projecção de diapositivos alusivos à estada do Barata pelas índias.....ya veremos lo que dice...
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Hérnia, Disponibilidade zero, É pá…
Pois!
Só faltou o costumeiro “Logo hoje…” que tinha de ir a Mértola. Estavam todos confirmados, mas..
O Luís apanhou uma corrente de Air que lhe estragou as costas. Todos esperam que se recomponha rapidamente e volte ás lides Mineistas.
O Santos que justificou a sua ausência com uma fórmula matemática do tipo “disponibilidade é = ao tempo livre que é = a 0”.
O Correia, avisou atempadamente, às 8:03’:25’’: “É pá… não vai dar!”
Com a equipa completa, eu e o João Seabra, lá foi dada a partida por volta das 8:30h do vazio Mercado de Cascais essa bela localidade que ao domingo está morta e enterrada, onde não se encontra um único local para beber um cafezito. Valham-nos os turistas, que além de nos deixarem os seus dólares, ienes, ou euros também obrigam a que os cafés junto de pontos de interesse turístico estejam abertos ao domingo de manhã. Assim a paragem para a cafeína matinal deu-se na Boca do Inferno, e garanto-vos que a avaliar pela Boca o inferno deve ser um local bem bonito.
A paisagem por ali, como todos sabem é belíssima, e o dia, ao invés do anterior domingo estava bem agradável com 15º e o famoso vento do Guincho ausente.
Seguimos ciclovia fora em pedalada de passeio, entre os 30 e os 40 Kms/h, até o percurso começar a inclinar.
O aquecimento fez-se até à Malveira. A partir daí começámos a embrenhar-nos nas nuvens serra acima. Eis senão quando, se aproxima de mim um grupo de meia dúzia de ciclistas, daqueles que andam montados em bicicletas que pesam menos de 8Kg e rodas da largura de um mindinho, dizem bom dia e desaparecem nuvem dentro. Esta malta que consegue reunir seis personagens para um passeio de bicicleta não tem emenda. Valeu-nos o João que se colou na roda deles e só no cruzamento para o Cabo os “deslargou” pois quis esperar por mim, que segundo ele com o meu impermeável preto não me conseguia ver havia algum tempo. Da próxima levo um colete fluorescente, daqueles aprovados pela DGV chinesa.
O caminho da Azóia até ao Cabo da Roca poderia ter sido aproveitado para descansar da subida, mas, tac tac tac, toca a mudar para os carretos mais pesados e 50Kms/h por ali abaixo.
Como nos nossos passeios existem sempre conquistas, desta feita colocámos a bandeira no ponto mais ocidental da Europa. Após uma luta com o telefone que também é máquina fotográfica, e uma pedra que deambulava por ali e foi agarrada para servir de apoio, lá fizemos a foto da praxe para documentar o momento.
No percurso de volta, tentámos não entrar em loucuras, pois o pavimento estava encharcado e as “rectas” da estrada da Serra não são para brincadeiras, lá seguimos calmamente entre os 40 e os 50Kms/h. De registar que numa subida, desta feita, fomos nós a dar uma abada, arriscaria mesmo o termo bigode, a dois ciclistas daqueles que anteriormente descrevi de rodas finas.
A paragem para a bebida energética estava prevista para o Bar do Guincho, mas o desvio apenas serviu para dar um banho de lama ás bicicletas e a quem as montava, “FECHADO EM JANEIRO”. A paragem teve de ser feita no mesmo local do café matinal. Chegámos de regresso à Boca do Inferno pouco passava das onze horas e com média horária a rondar os 22Kms/h. Sentámo-nos em amena cavaqueira na companhia da bebida isotónica de eleição, onde abordámos questões importantes como a recente compra efectuada por um motard em loja de chineses e que teimava em demonstrar as habilidades da sirene de bombeiros, ambulância, polícia e tudo o mais que apite.
E assim se fez a história desta manhã de domingo entre a serra e o mar, onde se cumpriram 48Kms a uma média de 22Kms/h.
Os vencedores desta tirada fomos nós, eu e o Jota. Quem ficou em casa nem sabe o que perdeu, ou talvez saiba….
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
DESARRANJO INTESTINAL
No dia 13 de Dezembro do velho ano 2009, houve uma prova de atletismo com passagem pela Avenida da Liberdade.
Isto podia não ter nada de interessante para o nosso grupo, não fosse estarem dois ilustres membros desta equipa o Manços e o Seabra, a assistir a essa prova enquanto o João Santos aliviava a tripa, consequência de um desarranjo intestinal.
Este não era o primeiro percalço da manhã do Santos, pois os outros dois Mineistas haviam desistido da espera no local do costume, a Praia de Algés devido ao atraso verificado pelo primeiro. Já em Alcântara junto ao Museu do Oriente, eis se não quando toca o telemóvel do Manços, era o Santos a perguntar onde se encontrava o duo, ele estava no Restelo, sabe Deus porquê. Ou nem ele sabe!
De volta à Liberdade, já com o Santos de regresso com as cores faciais normalizadas e menos uns 500 gramas de peso, toca a subir a Rua das Pretas até aos Mártires da Pátria. O dia era de improviso, e lá andavam por ruas e vielas o trio de betetistas urbanos. Penha de França, General Roçadas, Praça Paiva Couceiro, Barão Sabrosa e Escola de Artes Decorativas António Arroio onde os dois veteranos Seabra e Manços relembraram episódios e posaram para a foto.
Isto podia não ter nada de interessante para o nosso grupo, não fosse estarem dois ilustres membros desta equipa o Manços e o Seabra, a assistir a essa prova enquanto o João Santos aliviava a tripa, consequência de um desarranjo intestinal.
Este não era o primeiro percalço da manhã do Santos, pois os outros dois Mineistas haviam desistido da espera no local do costume, a Praia de Algés devido ao atraso verificado pelo primeiro. Já em Alcântara junto ao Museu do Oriente, eis se não quando toca o telemóvel do Manços, era o Santos a perguntar onde se encontrava o duo, ele estava no Restelo, sabe Deus porquê. Ou nem ele sabe!
De volta à Liberdade, já com o Santos de regresso com as cores faciais normalizadas e menos uns 500 gramas de peso, toca a subir a Rua das Pretas até aos Mártires da Pátria. O dia era de improviso, e lá andavam por ruas e vielas o trio de betetistas urbanos. Penha de França, General Roçadas, Praça Paiva Couceiro, Barão Sabrosa e Escola de Artes Decorativas António Arroio onde os dois veteranos Seabra e Manços relembraram episódios e posaram para a foto.
Descida alucinante da Alameda, Londres a Praça, Roma a Avenida e chegada à Rotunda de Entrecampos.
Aqui começou o percurso em ciclovia. Jardim do Campo Grande fora até ao Estádio José de Alvalade sempre em piso vermelho com direito a semáforos com bicicletas nos cruzamentos. A surpresa começou quando verificaram que a passadeira vermelha continuava por Telheiras, essa localidade que dá guarida ao ausente em terras de Gandhi, o Barata. Largo da Luz à vista e o queixo já batia no avanço das máquinas, tal era o espanto pela obra presente. Passagem em frente ao novel monumento alfacinha baptizado de Colombo e paragem no Califa para a Mine costumeira. Aproveitaram a ocasião para fazer um brinde ao vereador embargador que segundo consta é o responsável pelas ciclovias de Lisboa, facto esse que, desta feita causou um desarranjo intestinal ao Manços que se socorreu do lavabo do café em frente.
Prémio de montanha do dia, Palácio Fronteira – Estabelecimento Prisional de Monsanto, com o pódio a ser distribuído por Seabra, Manços e Santos.
A partir daí a viagem era de regresso e sem pontos de maior interesse, não fosse o Manços se lembrar de passar em voo entre duas árvores, fazendo uma amaragem em poça de lama a fazer lembrar a do avião da US Airways no Rio Hudson. De salientar que ambos não fizeram vítimas graças à destreza do piloto.
Nota:
Texto de autor anónimo devido à indisponibilidade intelecto-criativa do elemento nomeado.
http://www.gpsies.com/map.do?fileId=xwodutsptqptpdel
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Crónica dos Ursos na Via Verde
"Como é? A malta é doida?"
Embora já soubesse a resposta a este SMS, não pude deixar de o enviar. Não há procura de uma confirmação, mas há espera que não chegasse uma resposta. Mas chegou. Já ia a caminho de Telheiras para buscar a bina, e além da chuva persistente, o termómetro marcava uns singelos 3 graus. Um verdadeiro gelo glaciar. Se isto não são as condições ideais para uma prova de 200 metros bruços para ursos polares, não sei quais serão. A pequena diferença é que os ursos somos nós. Nenhuma novidade. Chegados ao ponto de encontro e tomada da bica, a que a hora madrugadora obriga, e que para uns até significa o pequeno almoço, urgiu a questão: então e qual é a volta? Para variar ninguém tinha pensado seriamente nisto, até porque o improviso é uma das mais marcantes características desta horda, e também porque definitivamente não há gente séria, mas duas premissas desde logo se impuseram: o Júlio não queria terra, vá-se lá perceber porquê, e o Fernando afinal não vinha, logo hoje… assim, parece que havia uma ciclovia muito catita lá para Telheiras e que estava ligada com a de Monsanto e até ia até Entrecampos e com um bocado de sorte esticava até ao Lavradio. Lá fomos. Subida a ladeirinha até ao Restelo e primeira alteração ao plano, os dedos do Barata (parece que isto de nos referirmos a nós na 3ª pessoa, pelo apelido, pega-se) estavam roxos e prestes a terem de ser amputados, tal qual aquele tipo que sobe a montanhas e que numa delas deixou as falanges e a ponta do nariz, pelo menos que se saiba. Os do Seabra pelos visto eram solidários. Isto de fazer luvas sem dedos é no mínimo bizarro, primeiro porque até agora nunca vi tal coisa, todos os praticantes desta modalidade, normalmente têm os dedos todos, e depois porque é uma ideia parva. Para evitar uma tragédia foi consensual, um ligeiro desvio para uma visita rapidinha à Decathlon, essa catedral para gente que faz do consumo um desporto, e comprar umas belas luvas em neoprene, mais adequadas à prática de surf nas praias da Noruega.
Mais confortável, o pelotão lá seguiu na direcção da Buraca para apanhar a ciclovia da Radial de Benfica, paredes-meias com Monsanto, qual via verde, mas com mais monóxido de carbono.
O ritmo da prova ficou desde logo marcado pelo Júlio que teimava em fugir ao pelotão, deixando-se ficar para trás – talvez pelo facto de, embora o ponto de encontro fosse em Algés ele ter decidido vir desde as Olaias a pedalar. Como ninguém conseguia acompanhar este ritmo vertiginoso, teve de haver lugar a algumas paragens para reagrupamento, o que fazia com que a temperatura arrefecesse cada vez mais, andando por esta altura já na casa dos -3, segundo o Manços, que terá confirmado este valor num daqueles equipamentos urbanos que dão a hora e temperatura, e que raramente se enganam.
Este era verdadeiramente um daqueles percursos em que devíamos ter um convidado especial: o camarada António Costa, para uma visita guiada à obra feita – “Lisboa ciclável”. Mas acho que neste dia em particular, o gajo era homem para declinar, e inclusivamente, negá-la.
Para meu espanto, que até morei cerca de 10 anos em Telheiras, havia mesmo uma ciclovia aí. Conseguia-se mesmo ir desde a Buraca, passando por Benfica e o seu barraco da luz, aparentemente embargado desde 2004, Telheiras, e a obra mais ilustremente representativa das técnicas de ladrilhagem contemporâneas, seguindo pelo Campo Grande até Entrecampos. Foi uma epifania. A descoberta desta realidade só terá paralelo na façanha da passagem do Cabo Bojador. Uma vez aqui, em Entrecampos, não no Bojador, dois novos problemas se revelaram, a chuva, que só se deu pela sua ausência até este ponto, quando finalmente se lembrou de aparecer, e a dificuldade em encontrar um boteco aberto nesta zona da cidade a um domingo de manhã, para a incontornável mine. 5 de Outubro abaixo e desistimos da ideia até ao Rossio, porque a chuva já parecia mais um tratamento de acupunctura, com as agulhas a espetar na cara, mais fundo que o normal. Nunca a (Avenida da) Liberdade pareceu tão confrangedora.
Finalmente a ansiada paragem para reabastecimento na Estação do Rossio, finos, porque a tasca não servia mines; chamuças, rissóis, empadinhas, e um galão para o Santos.
Não era o mesmo que as bifanas do Humberto, mas dadas as circunstancias foram um pitéu. Amena cavaqueira em jeito de Assembleia-geral, até o nosso Presidente, num ímpeto muito justificado, oferecer pancada ao Júlio, que inadvertidamente desviara a sua bejeca.
Serenidade reposta, e níveis de glicemia também, seguia-se mais um trajecto de ligação, sob chuva copiosa, ao segundo troço da via verde do Dr. Costa, que vai do Cais do Sodré a Belém, embora antes com uma paragem no Terreiro do Paço, para as despedidas do camarada Júlio que aí desistiu do passeio, alegando que ali estaria mais perto de casa. Curiosamente nós também. À chegada a Algés era evidente que o vencedor destacadíssimo do passeio era o Fernando. É em dias como este que aprendemos a dar outro valor a um simples duche de água quente.
O de descongelar ursos!
Texto e fotos de Luis Barata
Embora já soubesse a resposta a este SMS, não pude deixar de o enviar. Não há procura de uma confirmação, mas há espera que não chegasse uma resposta. Mas chegou. Já ia a caminho de Telheiras para buscar a bina, e além da chuva persistente, o termómetro marcava uns singelos 3 graus. Um verdadeiro gelo glaciar. Se isto não são as condições ideais para uma prova de 200 metros bruços para ursos polares, não sei quais serão. A pequena diferença é que os ursos somos nós. Nenhuma novidade. Chegados ao ponto de encontro e tomada da bica, a que a hora madrugadora obriga, e que para uns até significa o pequeno almoço, urgiu a questão: então e qual é a volta? Para variar ninguém tinha pensado seriamente nisto, até porque o improviso é uma das mais marcantes características desta horda, e também porque definitivamente não há gente séria, mas duas premissas desde logo se impuseram: o Júlio não queria terra, vá-se lá perceber porquê, e o Fernando afinal não vinha, logo hoje… assim, parece que havia uma ciclovia muito catita lá para Telheiras e que estava ligada com a de Monsanto e até ia até Entrecampos e com um bocado de sorte esticava até ao Lavradio. Lá fomos. Subida a ladeirinha até ao Restelo e primeira alteração ao plano, os dedos do Barata (parece que isto de nos referirmos a nós na 3ª pessoa, pelo apelido, pega-se) estavam roxos e prestes a terem de ser amputados, tal qual aquele tipo que sobe a montanhas e que numa delas deixou as falanges e a ponta do nariz, pelo menos que se saiba. Os do Seabra pelos visto eram solidários. Isto de fazer luvas sem dedos é no mínimo bizarro, primeiro porque até agora nunca vi tal coisa, todos os praticantes desta modalidade, normalmente têm os dedos todos, e depois porque é uma ideia parva. Para evitar uma tragédia foi consensual, um ligeiro desvio para uma visita rapidinha à Decathlon, essa catedral para gente que faz do consumo um desporto, e comprar umas belas luvas em neoprene, mais adequadas à prática de surf nas praias da Noruega.
Mais confortável, o pelotão lá seguiu na direcção da Buraca para apanhar a ciclovia da Radial de Benfica, paredes-meias com Monsanto, qual via verde, mas com mais monóxido de carbono.
O ritmo da prova ficou desde logo marcado pelo Júlio que teimava em fugir ao pelotão, deixando-se ficar para trás – talvez pelo facto de, embora o ponto de encontro fosse em Algés ele ter decidido vir desde as Olaias a pedalar. Como ninguém conseguia acompanhar este ritmo vertiginoso, teve de haver lugar a algumas paragens para reagrupamento, o que fazia com que a temperatura arrefecesse cada vez mais, andando por esta altura já na casa dos -3, segundo o Manços, que terá confirmado este valor num daqueles equipamentos urbanos que dão a hora e temperatura, e que raramente se enganam.
Este era verdadeiramente um daqueles percursos em que devíamos ter um convidado especial: o camarada António Costa, para uma visita guiada à obra feita – “Lisboa ciclável”. Mas acho que neste dia em particular, o gajo era homem para declinar, e inclusivamente, negá-la.
Para meu espanto, que até morei cerca de 10 anos em Telheiras, havia mesmo uma ciclovia aí. Conseguia-se mesmo ir desde a Buraca, passando por Benfica e o seu barraco da luz, aparentemente embargado desde 2004, Telheiras, e a obra mais ilustremente representativa das técnicas de ladrilhagem contemporâneas, seguindo pelo Campo Grande até Entrecampos. Foi uma epifania. A descoberta desta realidade só terá paralelo na façanha da passagem do Cabo Bojador. Uma vez aqui, em Entrecampos, não no Bojador, dois novos problemas se revelaram, a chuva, que só se deu pela sua ausência até este ponto, quando finalmente se lembrou de aparecer, e a dificuldade em encontrar um boteco aberto nesta zona da cidade a um domingo de manhã, para a incontornável mine. 5 de Outubro abaixo e desistimos da ideia até ao Rossio, porque a chuva já parecia mais um tratamento de acupunctura, com as agulhas a espetar na cara, mais fundo que o normal. Nunca a (Avenida da) Liberdade pareceu tão confrangedora.
Finalmente a ansiada paragem para reabastecimento na Estação do Rossio, finos, porque a tasca não servia mines; chamuças, rissóis, empadinhas, e um galão para o Santos.
Não era o mesmo que as bifanas do Humberto, mas dadas as circunstancias foram um pitéu. Amena cavaqueira em jeito de Assembleia-geral, até o nosso Presidente, num ímpeto muito justificado, oferecer pancada ao Júlio, que inadvertidamente desviara a sua bejeca.
Serenidade reposta, e níveis de glicemia também, seguia-se mais um trajecto de ligação, sob chuva copiosa, ao segundo troço da via verde do Dr. Costa, que vai do Cais do Sodré a Belém, embora antes com uma paragem no Terreiro do Paço, para as despedidas do camarada Júlio que aí desistiu do passeio, alegando que ali estaria mais perto de casa. Curiosamente nós também. À chegada a Algés era evidente que o vencedor destacadíssimo do passeio era o Fernando. É em dias como este que aprendemos a dar outro valor a um simples duche de água quente.
O de descongelar ursos!
Texto e fotos de Luis Barata
Percurso:
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Iniciar o Novo Ano de 2010
Apesar da intempérie que se abate por este país à beira mar plantado, consegui uma brecha entre uma carga de água nocturna e uns aguaceiros "toyota" (que quando chegaram foi para ficar), e fiz a rentrée em 2010 com um giro no asfalto de Linda-a-Velha até ao farol da Guia em Cascais.
Percurso: Alto de Stª Catarina direito ao Jamor (campos de ténis), depois marginal, com a subida ao Alto da Boa Viagem sempre agradável como aquecimento à séria para um percurso de baixa dificuldade, onde apenas temos de ter atenção redobrada aos fanáticos do volante que ainda não respeitam os ciclistas. Passagem obrigatória junto da versão torcida e em vidro do Cubo de Rubik que paira sobre a marginal à entrada de Cascais, rumo ao centro da vila até ao forte, passagem pelo museu onde habitam os quadros da Paula Rego, e paragem após o farol da Guia para apreciar a paisagem...
Percurso: Alto de Stª Catarina direito ao Jamor (campos de ténis), depois marginal, com a subida ao Alto da Boa Viagem sempre agradável como aquecimento à séria para um percurso de baixa dificuldade, onde apenas temos de ter atenção redobrada aos fanáticos do volante que ainda não respeitam os ciclistas. Passagem obrigatória junto da versão torcida e em vidro do Cubo de Rubik que paira sobre a marginal à entrada de Cascais, rumo ao centro da vila até ao forte, passagem pelo museu onde habitam os quadros da Paula Rego, e paragem após o farol da Guia para apreciar a paisagem...
Depois foi o regresso pela Boca do Inferno, rua direita de Cascais até ao Santini. Retornado à marginal, foi um verdadeiro suplicio até Caxias com um vento que bufava contra com toda a pujança, anunciando uma chuvada das valentes!
Depois foi o passeio maritímo da Cruz Quebrada, para não voltar a subir o Alto da Boa Viagem, e continuar junto ao mar que se desenhava em tons de cinza escuro...
Enfim nada a assinalar!...Bom talvez a minha conversão ao colant de licra, muito "aconchegante" quando as temperaturas estão baixotas...
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