segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Hérnia, Disponibilidade zero, É pá…



Pois!
Só faltou o costumeiro “Logo hoje…” que tinha de ir a Mértola. Estavam todos confirmados, mas..
O Luís apanhou uma corrente de Air que lhe estragou as costas. Todos esperam que se recomponha rapidamente e volte ás lides Mineistas.
O Santos que justificou a sua ausência com uma fórmula matemática do tipo “disponibilidade é = ao tempo livre que é = a 0”.
O Correia, avisou atempadamente, às 8:03’:25’’: “É pá… não vai dar!”

Com a equipa completa, eu e o João Seabra, lá foi dada a partida por volta das 8:30h do vazio Mercado de Cascais essa bela localidade que ao domingo está morta e enterrada, onde não se encontra um único local para beber um cafezito. Valham-nos os turistas, que além de nos deixarem os seus dólares, ienes, ou euros também obrigam a que os cafés junto de pontos de interesse turístico estejam abertos ao domingo de manhã. Assim a paragem para a cafeína matinal deu-se na Boca do Inferno, e garanto-vos que a avaliar pela Boca o inferno deve ser um local bem bonito.
A paisagem por ali, como todos sabem é belíssima, e o dia, ao invés do anterior domingo estava bem agradável com 15º e o famoso vento do Guincho ausente.
Seguimos ciclovia fora em pedalada de passeio, entre os 30 e os 40 Kms/h, até o percurso começar a inclinar.
O aquecimento fez-se até à Malveira. A partir daí começámos a embrenhar-nos nas nuvens serra acima. Eis senão quando, se aproxima de mim um grupo de meia dúzia de ciclistas, daqueles que andam montados em bicicletas que pesam menos de 8Kg e rodas da largura de um mindinho, dizem bom dia e desaparecem nuvem dentro. Esta malta que consegue reunir seis personagens para um passeio de bicicleta não tem emenda. Valeu-nos o João que se colou na roda deles e só no cruzamento para o Cabo os “deslargou” pois quis esperar por mim, que segundo ele com o meu impermeável preto não me conseguia ver havia algum tempo. Da próxima levo um colete fluorescente, daqueles aprovados pela DGV chinesa.
O caminho da Azóia até ao Cabo da Roca poderia ter sido aproveitado para descansar da subida, mas, tac tac tac, toca a mudar para os carretos mais pesados e 50Kms/h por ali abaixo.
Como nos nossos passeios existem sempre conquistas, desta feita colocámos a bandeira no ponto mais ocidental da Europa. Após uma luta com o telefone que também é máquina fotográfica, e uma pedra que deambulava por ali e foi agarrada para servir de apoio, lá fizemos a foto da praxe para documentar o momento.


No percurso de volta, tentámos não entrar em loucuras, pois o pavimento estava encharcado e as “rectas” da estrada da Serra não são para brincadeiras, lá seguimos calmamente entre os 40 e os 50Kms/h. De registar que numa subida, desta feita, fomos nós a dar uma abada, arriscaria mesmo o termo bigode, a dois ciclistas daqueles que anteriormente descrevi de rodas finas.
A paragem para a bebida energética estava prevista para o Bar do Guincho, mas o desvio apenas serviu para dar um banho de lama ás bicicletas e a quem as montava, “FECHADO EM JANEIRO”. A paragem teve de ser feita no mesmo local do café matinal. Chegámos de regresso à Boca do Inferno pouco passava das onze horas e com média horária a rondar os 22Kms/h. Sentámo-nos em amena cavaqueira na companhia da bebida isotónica de eleição, onde abordámos questões importantes como a recente compra efectuada por um motard em loja de chineses e que teimava em demonstrar as habilidades da sirene de bombeiros, ambulância, polícia e tudo o mais que apite.


E assim se fez a história desta manhã de domingo entre a serra e o mar, onde se cumpriram 48Kms a uma média de 22Kms/h.
Os vencedores desta tirada fomos nós, eu e o Jota. Quem ficou em casa nem sabe o que perdeu, ou talvez saiba….

2 comentários:

  1. Quim,
    Estás a arriscar; o nível das crónicas oriundas do teu teclado começa a ser difícil de igualar por outras paragens!!
    Mais uma crónica ao nível do passeio ou, como diria o Santos, Passeio = Crónica, sendo que Crónica = 100%, logo Passeio = 100%....ou será o contrário????

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  2. Já não sei o que é mais forte, a força da pedalada,ou a ligeireza da "pena", como um dia disse o poeta, (ou fui eu?). Penso que estamos a assistir ao nascer de um novo esteriotipo de atleta artista urbano denominado ciclocronista!
    Há que preparar o livro de viagens, passeios, idas ao tasco de bicla, por tortuosos caminhos para conversas de escárnio e maldizer em companhia dos amigos com uma jola nas mãos! (ufa parecia o Saramago, a escrever sem pontuação)...

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