terça-feira, 10 de novembro de 2009

Introdução ao mau tempo

Conforme delineado, às nove da matina de um domingo que não prometia ser muito soalheiro, lá seguimos nós para a Volta da Pólvora.
Os três Mineistas que se atreveram a cedo levantar os ossos da cama num domingo chuvoso e fresco, depois do café da praxe, lá seguiram.
Os primeiros quilómetros, de aquecimento, com passagem do faltoso Fernando que ainda rolava na cama em sonhos com os calções do Júlio, que também se baldou, trocando a bicicleta pela prancha de surf (?!?!?!).
Downhill para o Estádio Nacional onde o terreno fofo prometia fatos sujos no final da volta.
No percurso pela Marginal, entre Caxias e Paço D’arcos, provámos a primeira chuva do dia, que caía abundantemente dando utilidade aos nossos garbosos impermeáveis.
A primeira dificuldade apareceu na subida de Paço D’arcos para o Parque dos Poetas, onde comecei a ver os dois coletes amarelos, João Seabra e Luis Barata, a afastarem-se de mim.
Seguiu-se a já famosa subida do “Expresso”, com as posições no pelotão a manterem-se, Luis, João e eu.
Depois de um corta mato, e já numa zona de moradias “modernas” deu-se um despique peculiar. O Luis decidiu escorraçar um residente canino, desmontando da bicicleta e latindo em direcção ao bicho que não teve outra hipótese se não pôr-se em marcha acelerada sem nunca perder de vista o acicatador. Claro que a maior parte deste episódio me foi contado. Eu continuava na minha pedalada Zen “curtindo” a paisagem.
Atingida a Fábrica da Pólvora estava na hora do refresco que dá nome à equipa.
Na subida para a “bela” estação de Tercena a chuvada do dia abateu-se sobre a equipa.
Desapontamento.

O nosso poiso já habitual o Miss Coffee estava fechado. Siga a marcha até o próxima estação de abastecimento. Numa linda avenida com os passeios inundados de formosas marquises que davam forma a esplanadas, que não o eram de ser por ser cobertas, um belo conceito, parámos para intervalo.
Um espaço agradável, onde aquela hora da manhã de domingo também se praticava desporto. Um grupo de jovens de setenta anos disputava uma aguerrida partida de dominó. Pedimos as Mines e a taberneira desapareceu por detrás do balcão, onde passados dois minutos reaparece com três garrafas geladinhas na mão.
Siga a dança!
Daí até Carnaxide nada a assinalar, a não ser o meu momento de glória do dia, 52,7km/h a descer para a ponte sobre o Jamor, que o piso molhado não estava para brincadeiras.
A longa subida a Queijas foi durinha como costume, não se invertendo a ordem do pelotão, demonstrando o grande trepador Luis que não está para brincadeiras.
Nova descida para Caxias, e a curta mas íngreme subida da Penitenciária. Devo dizer que foi a vez que menos me custou faze-la. Não sei se por estar em melhor forma ou por não estar calor, mas que foi mais fácil, foi…


Segue-se a descida da Prisão para o Estádio, por terra batida com uma vista esplêndida. Descida dada a grandes velocidades onde a adrenalina sobe. No fim da descida o contratempo do dia. O Luis tinha furado. Analisado o sucedido, tratava-se de um prego com aproximadamente um palmo. Ficou demonstrado que a destreza do Luis não se verificava apenas nas subidas difíceis, revelando-se também um exímio substituidor de câmaras-de-ar. Só não percebo como foi possível não ter visto tamanho prego?!


Percurso de manutenção do Estádio Nacional.
Toca a rolar encosta a baixo até à Praça da Maratona. Ideia peregrina, atravessar os terrenos do Estádio pela antiga pista do prólogo do Raly de Portugal. Pois, está em obras e vai-se tornar num verdejante campo de golfe. Por enquanto é um belo pântano muito agradável para atravessar de bicicleta. Depressa vimos os pneus das nossas bicicletas adquirirem o dobro do tamanho e tornarem-se castanhos. Não aumentavam mais de tamanho porque o excedente de lama ficava preso no quadro e garfo das máquinas. As mudanças saltavam, sem percebermos porquê olhamos para os desviadores e eles encontravam-se cobertos de lama grossa, o que inviabilizava qualquer fiabilidade do sistema.



Chegados à minha garagem onde daríamos uma mangueirada às máquinas para lhes devolver a dignidade, fomos recebidos pelo meu simpático vizinho do quarto frente.
Como habitual brindou-nos com as suas tiradas do tipo “não me salpiquem o portão!”, ao que o Luis respondeu com um belo “não se fala mais nisso”.

Enfim, a água dominou este passeio!

Ao que consta o João ainda subiu ao heliporto do Chico Xavier a caminho de casa!


http://www.gpsies.com/map.do?fileId=fcqorzdzwakmlmvt

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